Projetar edifícios – 7 fatores a ter em conta antes do primeiro tijolo

Além dos devidos licenciamentos, sem dúvida a parte mais burocrática e menos atrativa do processo de idealizar, projetar e acompanhar o nascimento e crescimento de um edifício, há muito trabalho prévio a ser feito. Isto, independentemente de ser tratar de uma moradia familiar, uma loja, clínica, fábrica ou um armazém. Ao projetar edifícios, na verdade, parte substantiva do sucesso, adequação e funcionalidade finais reside no bom planeamento. Tudo começa, muito antes do primeiro tijolo. Deixamos-lhe uma lista de temas sobre os quais deve reunir o máximo de informação possível e de questões que deve avaliar antes, e ás quais nem sempre se dispensa a devida atenção. Delas dependerá a própria planta do edifício.

  • Alojar

A que e a quem se destina o edifício? Que propósito visa cumprir? Quem ou o que vai alojar? Projetar edifícios depende em primeiro lugar das respostas a estas perguntas. Só com base na clara identificação da funcionalidade que será atribuída a um edifício, se poderão projetar áreas e ajustar volumetrias, em conformidade com número de pessoas, fluxo de tráfego, humano e de veículos, tipo de equipamentos que alojará, tipo de atividades que abrigará, níveis de ruído espectáveis, temperaturas decorrentes da atividade no seu interior… Projetar uma casa de habitação ou uma metalurgia implica dar repostas a diferentes necessidades.

  • Iluminar

A iluminação, natural e artificial, é um dos parâmetros fundamentais ao projetar edifícios e particularmente importante em projetos de casas e de locais de trabalho. Ela determinará a orientação no terreno de todo o projeto do edifício, a dimensão dos vãos e o número de janelas e portas, com vista a aproveitar a luz natural durante a maior parte do dia e do ano. O projeto de iluminação interior é outro ponto-chave e deve acautelar o tipo de atividade que decorrerá, o tipo de operações e as zonas com maior necessidade de uma boa iluminação. Iluminar um hotel requer atenções distintas das que urge assegurar numa fábrica.

  • Armazenar

As áreas de armazenamento, tantas vezes descuradas a favor das zonas mais nobres, é de suma importância e deve estar prevista em sede de planta. Sejam armários para a roupa da família, despensas, arrumos ou garagens, numa casa particular, ou locais com as devidas condições de armazenamento, de segurança, refrigeração ou outras características adequadas a cada situação, estas zonas são tão importantes para o bom funcionamento e adequabilidade de um edifício, como a sala de estar ou a zona de linha de montagem. Até por questões de segurança, humana e dos próprios itens, certos materiais e equipamentos devem estar arrumados e bem acondicionados até serem necessários, ou resguardados entre cada uso.

  • Energias renováveis

Responsabilidade ambiental, preocupações com a ecologia e o meio e a busca por respostas não poluentes a vários níveis já não é um extra que fica bem nos projetos dos edifícios, mas uma prioridade que se insere na própria responsabilidade social de cada ação humana. Pensar verde, optar por energias limpas e renováveis, rejeitar soluções onerosas em termos de consumos de energias fósseis faz parte de um planeamento racional e responsável. Existe uma vasta oferta de soluções e, num país com cerca de 300 dias de sol por ano, a energia solar é sempre uma posta segura. Projetos de casas ou de qualquer outra edificação devem contemplar soluções energéticas e uma séria ética ambientalmente comprometidas.

  • Projetar para o futuro

No caso dos edifícios de habitação, é sabido que as famílias crescem e que as pessoas envelhecem. Deve projetar-se com base no desejo de ver chegar filhos, ou mais filhos, e de poder servir de apoio aos idosos da família. Em contexto comercial ou fabril, a planta deve estar preparada para as previsões de crescimento dos próximos anos e ter uma planta concebida para acolher expansões. Sendo um investimento de monta, deve sempre projetar-se com vista ao futuro e não ao presente.

  • Os materiais mais indicados

Ainda que possam chegar numa fase mais adiantada da obra, os materiais devem ser escolhidos antes, até para efeitos de um orçamento rigoroso. Devem eleger-se os mais resistentes, os esteticamente mais apetecíveis, os mais ecológicos, os que proporcionam maior conforto térmico e acústico bem como matérias-primas locais, que não impliquem deslocações caras e prejudiciais ao ambiente.

  • Os parceiros mais seguros

Colocar no papel as ideias que tem em mente, ajustando-as ao que planeou e levando-as mais longe, com base na experiência e conhecimentos técnicos de cada área específica, depende de uma equipa profissional. Só parceiros especializados conseguem ler a intensão e as necessidades e ainda projetar o sonho. Tecnologia de ponta, soluções engenhosas desenhadas em exclusivo, respostas personalizadas e capacidade para ajudar a pensar melhor e a levar mais longe o pretendido são predicados profissionais. Encontre uma equipa multifuncional, que articule os vários saberes e onde arquitetura, engenharia civil e empreiteiro são apenas parte das valências, e que disponha de equipamentos e serviços vários. Essa centralidade agilizará as equipas nas várias etapas, evitará período mortos na obra, poupando tempo, energia e dinheiro. Além de bem projetar edifícios, há que conseguir saber erigi-los, dentro do prazo e do orçamento.